"Ce qu’on appelle l’ennui est donc, en réalité, un semblant maladif de la brièveté du temps pour cause de monotonie: de grands espaces de temps, lorsque leur cours est d’une monotonie ininterropue, se recroquevillent dans une mesure qui effraye mortellement le coeur; lorsqu’un jour est pareil à tous, ils ne sont tous qu’un seul jour (...)"
Thomas Mann, La Montagne magique, trad. Betz, M., Arthème Fayard, p.121
Thomas Mann, La Montagne magique, trad. Betz, M., Arthème Fayard, p.121
e assim duas medidas de tempo tão díspares acabam por se assemelhar pela monotonia que as trespassa. e passamos e olhamos mas não vemos. Porque aquilo que ao outro furtam posso ainda manter ou vir a alcançar e mantém-me no hábito de ignorar o que me é furtado. Porque aquele que cai ao meu lado, e o outro, mais à frente, permitem-me a obstinação de me manter de pé. Porque os gritos que se fazem ouvir na rua compõem o rememorar do tempo que se estende, breve, até aqui onde estamos – até quando?
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