O PND lamentou que o candidato do PS admita, durante a campanha eleitoral para as intercalares de Lisboa, "casamentos de Santo António à civil" entre homossexuais.
"Dr. António Costa se quer respeito para as suas ideias não pode ofender as convicções de quem pensa de forma diferente", disse ainda a lista candidata da Nova Democracia.
Concordo que muitos homossexuais não se revejam no folclore de certas organizações como estas:
Mas com estas palavras o candidato Manuel Monteiro está a discriminar todos os heterossexuais que também não ‘andam de braço dado com este folclore’.
De resto, para quem não gosta destes e doutros folclores há sempre alternativas (menos, claro, no caso do casamento, que continua interdito a casais do mesmo sexo).
Mas Manuel Monteiro atinge o auge do seu discurso quando afirma que quem ‘quer respeito para as suas ideias não pode ofender as convicções de quem pensa de forma diferente.’ Ou se enganou e queria antes dizer: ‘quem quer respeito pelas suas ideias não pode ofender quem pensa como eu’, ou então a sua afirmação, podendo ser aplicada a qualquer ideia (à do próprio Manuel Monteiro), a qualquer convicção, não tem qualquer tipo de sentido. Querendo disfarçar a homofobia subjacente à sua ‘ideia’, Manuel Monteiro entra no domínio do absurdo.
Mas já que lhe repugna tanto o folclore das marchas e noivas de Santo António, deixo-lhe aqui uma sugestão de fim-de-semana – vá espreitar outras marchas e outros arraiais:
pode ser que sejam mais do seu agrado.
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