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29.7.07
Aqui ao lado
no Fish a Siona responde à minha provocação continuando a reflexão fundamental, e que diz respeito a todos, acerca da despsiquiatrização da transsexualidade.
10.5.07
Cavalos de tróia II
Em relação ao assunto que temos discutido aqui (e em resposta ao ultimo comentário de Rack) que tal darem uma vista de olhos nisto.
Não me parece ingénuo pedir o mínimo de rigor a manuais supostamente científicos.
Penso aliás que tudo isto vai dar uma grande volta nos próximos anos.
Não me parece ingénuo pedir o mínimo de rigor a manuais supostamente científicos.
Penso aliás que tudo isto vai dar uma grande volta nos próximos anos.
Para os que acreditam nas bíblias
Para aqueles (como Rack) que pareciam não acreditar na confusão em que andam os manuais da área em relação aos conceitos de sexo e género deixo apenas esta frase do DSM IV:
"com o trasvestir-se e o tratamento hormonal (e para os homens a
electrólise) muitos sujeitos com esta perturbação podem ser tomados de modo
convincente como do outro sexo."
No kaplan não encontrei nenhuma frase tão flagrante (não me apeteceu lê-lo todo outra vez, sou preguiçoso eu sei), mas subentende-se em todo o capítulo um entendimento do papel de género, ou seja, um entendimento do que é ser homem ou mulher, como dependendo unicamente da genitália. De qualquer maneira encontram-se facilmente frases tão merdosas como esta :
"These procedures may make a person indistinguishable
from members of the other sex."
Sublinho- passar de forma indistinguível por uma pessoa do outro sexo . Este mecanismo faz lembrar a expressão de Babha (ver Of Mimicry and Man- the ambivalence of colonial discourse , Babha ), que no contexto da discussão sobre a relação colonial diz «almost the same but not quite»/«almost the same but not white». São realmente bastante próximos, talvez da mesma natureza, os conceitos de raça / etnia e sexo / género.
Ou como diz uma amiga minha- uns fazem broches e outros fazem sexo oral.
8.5.07
Cavalos de tróia
Comecei recentemente a jogar um cubo de rubik a que decidi chamar "psiquiatrização da questão transgénero". De um lado identidades sociais que as ciências sociais nunca conseguiram (e se calhar felizmente) operacionalizar de forma concreta (como transgénero), de outro lado os limites da psiquiatria que nunca foram definidos de forma satisfatória (oscilando entre as versões ambrangentes que chegam à doença social, e as versões minimalistas que se resumem a alguns tipos de psicose), de outro lado questões políticas fundamentais (como possíveis contribuições do sistema nacional de saúde, e novas leis da identidade de género), e finalmente dos outros três lados as muitas vidas de pessoas individuais que desejam ou realizam tantas migrações de género quantas as próprias pessoas.
Como encaixar isto tudo?
Por enquanto vou arrumando os lados (técnica que aliás é proposta aqui).
Podemos começar por tentar separar conceitos de género e sexo e defini-los de forma (ligeiramente) mais clara nos manuais de psiquiatria (mesmo que seja para depois os retirar)- onde tudo se encontra ainda vergonhosamente desarrumado (basta ver o Kaplan). Mantendo, claro, a perpectiva de que estes conceitos não são estáticos nem estão fechados em nenhuma caixa.
Podemos tentar limitar a acção da psiquiatria ao sofrimento individual (com alguns problemas conceptuais dai decorrentes)
Podemos tentar pensar (verdadeiramente) o sistema nacional de saúde tendo em vista, não apenas a eliminação da doença, mas a oferta de processos potenciadores da qualidade de vida (o que entra algo em contradição com a limitação do campo da psiquiatria)
Podemos tentar acreditar na capacidade de escolha, no poder entregue (verdadeiramente) aos utentes e não aos médicos.
Todos estes pontos levantam problemas em que tenho pensado, e aos quais voltarei.
De qualquer forma uma coisa é certa - os direitos das minorias são o cavalo de tróia da liberdade de todos.
Como encaixar isto tudo?
Por enquanto vou arrumando os lados (técnica que aliás é proposta aqui).
Podemos começar por tentar separar conceitos de género e sexo e defini-los de forma (ligeiramente) mais clara nos manuais de psiquiatria (mesmo que seja para depois os retirar)- onde tudo se encontra ainda vergonhosamente desarrumado (basta ver o Kaplan). Mantendo, claro, a perpectiva de que estes conceitos não são estáticos nem estão fechados em nenhuma caixa.
Podemos tentar limitar a acção da psiquiatria ao sofrimento individual (com alguns problemas conceptuais dai decorrentes)
Podemos tentar pensar (verdadeiramente) o sistema nacional de saúde tendo em vista, não apenas a eliminação da doença, mas a oferta de processos potenciadores da qualidade de vida (o que entra algo em contradição com a limitação do campo da psiquiatria)
Podemos tentar acreditar na capacidade de escolha, no poder entregue (verdadeiramente) aos utentes e não aos médicos.
Todos estes pontos levantam problemas em que tenho pensado, e aos quais voltarei.
De qualquer forma uma coisa é certa - os direitos das minorias são o cavalo de tróia da liberdade de todos.
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